Bucareste 1 - Aeroporto

Entrando no avião
 Quando entrei no avião em Amsterdam, fiquei sentado ao lado de um casal romenos, mas só fui descobrir que eles eram romenos no final da viagem. Eu dormi a viagem inteira, afinal tinha um casal do meu lado e esse avião não tinha atrativo nenhum (TVs, video games, musica,...).




Aeroporto de Bucareste 
   Quando o avião pousou depois de umas voltas a mais todos aplaudiram o piloto e eu sai do avião com a ansiedade a mil! Afinal, eu estava na Romênia!! Passei pela imigração eles carimbaram meu passaporte sem nenhum tipo de perguntas e eu entrei no aeroporto! =)




Busca por transporte e internet

   A primeira coisa que fiz foi me informar como eu fazia para chegar em Oradea partindo de Bucareste. A resposta foi simples e óbvia, Trem. 
  Me convenci que tudo ia ser muito simples, eu pegaria um trem e em algumas horas estaria em Oradea. Mas como nem tudo são flores, fui comprar a passagem e para começar a mulher do guichê não falava inglês. Eu fiquei repetindo "Oradea, Oradea" para ela e ela me mostrou o preço no computador e imprimiu a passagem, quer dizer muuiiiiiiiiiiiiitas passagens. Fiquei sem entender nada, mas okay, já tinha comprado as passagens! Perguntei para ela se eu pegaria o trem no aeroporto mesmo e ela disse "da da da" que significa sim em português. 
  Tudo acertado para a minha viagem a Oradea, o próximo passo era, avisar meus pais que eu cheguei bem. Para começar o aeroporto não tinha internet, e meus celulares não funcionavam. Achei uma lanchonete para comer alguma coisa e vi o simbolo de internet Wi-Fi =) Perguntei se poderia usar, e obviamente ela disse que sim, desde que eu consumisse. Comprei uma coca e um croissant e agora tinha acesso a civilização. Ops, por um momento tinha esquecido que meu computador não tem bateria, e agora? Fui procurar por tomadas, igual um gringo qualquer, estava meio perdido olhando para toda as paredes e lugares, embaixo das mesas, dos bancos e por final das contas achei duas em baixo de um dos bancos, sentei por la, a tomada é um pouco diferente, mas encaixou.
   Pronto, conectei a internet e liguei para os meus pais via Skype. ficamos pouco mais de 30 minutos conversando até meus créditos acabarem.




Taxistas insuportáveis
   Em todo esse meio tempo, de chegar no aeroporto, procurar internet, comer meu lanche, ligar para os meus pais, vinham taxistas de 3 em 3 segundos me atormentar. Eles tentavam me convencer de que eu deveria ir conhecer o centro, que eles me levariam para a estação de trem, eles poderiam me mostrar a cidade e coisas do tipo. Eu sempre dizendo que não, mas eles voltavam mesmo assim, " E aí, decidiu se vai ou não? você já deve estar de saco cheio de ficar esperando aqui". Fui dispensando um por um, mas não adiantava muita coisa.
   Calma ai, ele disse que me levaria a estação de trem. Ele deve estar ficando louco, eu já comprei as passagens e o trem passa aqui no aeroporto! Que idiota!


Saco cheio de esperar
   Depois de umas boas 4 horas no aeroporto, eu não aguentava mais andar, não queria conhecer mais nada e o trem era só as 7:30 da manha, ou seja tinha mais de 3 horas para esperar ainda. Decidi achar um canto silencioso e dormir um pouco. Eu já não aguentava dormir mais, afinal já tinha dormido o voo inteiro, acordava a cada 20 minutos e o tempo praticamente não passava.

A hora do trem
   Quando foi chegando 7 horas da manha eu fui procurar onde era a estação de trem. Perguntei para um cara que trabalha no aeroporto e ele me disse vai para lá! Eu fui andando, andando, andando e nada de ver a tal estação de metro. Perguntei para uma mulher que trabalha em um estacionamento, e thanks God ela falava inglês. Ela me explicou que eu deveria entrar naquele prédio. Ótimo, já sabia onde era a estação agora. Entrei no prédio e reparei que estava dentro do aeroporto de novo, mas do outro lado, então fui perguntar no guichê de informações onde era a estação de trem. Ele me disse, pega o elevador, para no primeiro andar e vira a direita. Segui as instruções direitinho e cheguei a meu ponto inicial, o lugar da lanchonete. Comecei a sentir que estava perdido e ia ter que ficar mais um dia no aeroporto porque ia acabar perdendo o trem. Perguntei bem pacientemente para outro informante, ele me disse e só sair do aeroporto e descer aquelas escadas. As instruções que ele me deu fizeram muito sentido naquela hora, desci aquele um milhão de degraus com uma mala super pesada. e sabem onde eu parei na outra parte do aeroporto de novo. 
   Esses cara só podiam estar de brincadeira comigo, peguei o elevador voltei lá de novo e agora fui no guichê do trem para tirar essa dúvida logo, afinal o trem só passa uma vez por dia. Não tinha ninguém lá. 
   Perguntei a ultima vez para outro informante, ele pacientemente me explicou : " Não existe estação de trem perto deste aeroporto, deixe me ver suas passagens", mostrei para ele e ele me disse o seguinte: " Ah tá, você comprou passagem para o ônibus também, espera ali fora que daqui a pouco ele passa".
  Fui lá para fora e 2 minutos depois passou um ônibus, entrei nele, mostrei minha passagem e relaxei um pouco. Na verdade, não era um ônibus, era uma Sprinter e tinha um motorista muito suspeito e só tinha eu e um outro cara lá de passageiros.
   A Sprinter me para em um lugar deserto, e fica lá. Depois de uns 3 minutos resolvi perguntar, esse ônibus vai para a estação de trem? O outro passageiro sabia inglês e disse: "Não! Ele só traz até aqui. Aqui é uma pequena estação, a gente precisa pegar esse trem para ir para a estação e depois pegar o trem que você quer. E ele só está esperando o trem chegar para não deixar a gente sozinho". Agradeci as informações e tranquilizei um pouco, afinal imagine como deve ser ser sequestrado em outro país e você nem poder negociar nada! Não quero nem imaginar!


O trem chegou!
   Até que enfim o trem chegou, e pude sair daquele "ônibus", a estação era bem mal assombrada como toda Bucareste, mas é um cenário bem interessante para amantes de filmes de terror e suspense!
   Dentro do trem comecei a reparar as pessoas que estavam lá e as paisagem do lado de fora, as pessoas todas muito sérias, com roupas pretas e discretas, poucas palavras e o mais interessante, elas se comunicavam pelos olhos, era fácil entender o que alguém estava falando, sem mesmo ela dizer uma palavra.
  Me senti naqueles filmes europeus antigos, vi uma velhinha toda elegante e séria, olhando para sua filha ou neta, sei lá, a viagem toda e as duas estavam praticamente dialogando com os olhos também, até que ouvi um sussurro: "Que horas são?" e a outra respondeu. Acabou o dialogo de novo.